Não há como negar que a mídia foi a responsável pela criação e desenvolvimento dos três principais eventos de ciclismo do mundo – Tour de France, Giro d’Itália e a versão espanhola – La Vuelta a Espanha.
A mídia e La Vuelta da Espanha
O jornal espanhol, Diário Informaciones, foi o encarregado pela constituição da Vuelta da Espana em 1935, pois a Espanha, assim como a Itália, buscava a sua própria versão do Tour de France.
A primeira competição, em 1935, contou apenas com 50 ciclistas, a qual ainda é considerada uma das mais cansativas e difíceis. O piloto belga Gustave Deloor ganhou a primeira camisa vermelha (a camisa amarela é dada aos vencedores do Tour de France).
Camisa do Campeão La Vuelta da Espanha
Aliás, a cor da camisa mudou várias vezes desde o início da La Vuelta a Espanha. Todavia, a mudança de cores ficou condicionada, em grande parte, aos patrocinadores. A La Vuelta a Espanha começou, originalmente, com a camisa laranja aos vencedores da competição.
Nas últimas décadas, porém, a cor dourada predominou como a cor dos vencedores do Tour de Espanha, mas foi alterado para vermelho em 2010, a fim de evitar confusão com a camisa do Tour de France.
Campeão da primeira Vuelta, 1935
Deloor enfrentou uma grande batalha com o espanhol Mariano Canardo. A sorte acompanhou o belga e ainda é vista como um fator importante que impediu um espanhol de vencer a Vuelta a Espana de 1935.
A prova inaugural, contou, apenas, com 14 etapas, mas os atletas tiveram que percorrer uma distância de 3.411 km. Uma distância ainda maior do que a percorrida na atualidade. Para se ter uma ideia, no ano de 2022, a distância percorrida foi de 3277 km, distância menor do que a vencida pelos ciclistas em 1935.
A razão pela qual a corrida de 1935 foi de extrema dificuldade, baseia-se no fato de que algumas etapas, exigiam que os ciclistas percorressem até 250 km em um único dia.
Verdadeiros guerreiros
Seria impensável, hoje, imaginar que a quase 100 anos atrás, ciclistas percorriam enormes distâncias, algumas etapas com mais de 250 km num único dia. Tudo isso, sem equipes, assistência ou qualquer tipo de ajuda. Enquanto as etapas atualmente têm uma média de cerca de 150 km por dia.
A tarefa tornava-se ainda mais árdua porque os atletas não tiveram acesso a bicicletas superleves que dominam o cenário hoje. Em vez disso, tinham bicicletas extremamente pesadas feitas de ferro, o que as tornava suscetíveis a furos e danos frequentes. Além disso, eles tinham extrema dificuldade de subir em etapas montanhosas.
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